A Atrofia Muscular Espinhal (AME) é uma condição neuromuscular que impacta principalmente a mobilidade, mas, ao contrário do que muitos possam pensar, não afeta o desenvolvimento cognitivo. Com o suporte adequado, crianças e adolescentes com AME podem se integrar plenamente ao ambiente escolar, participando ativamente das aulas e se desenvolvendo tanto intelectual quanto socialmente.
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Embora a AME traga limitações físicas, o desenvolvimento cognitivo das pessoas com essa condição segue de maneira normal. Isso significa que esses estudantes possuem as mesmas capacidades intelectuais que qualquer outro aluno, sendo totalmente capazes de acompanhar as atividades acadêmicas. A diferença está nas necessidades de adaptação ao ambiente escolar, que pode precisar de tecnologias assistivas e ajustes no plano pedagógico para garantir que todos os aspectos da educação sejam acessíveis.
Além disso, a AME não interfere na habilidade do indivíduo em construir relacionamentos. Isso é um ponto fundamental para a inclusão social do aluno, que pode interagir com seus colegas, fazer amigos e se envolver nas atividades coletivas.
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As tecnologias assistivas têm sido essenciais para garantir a inclusão de alunos com AME. Ferramentas como computadores adaptados, softwares de leitura, pranchas de comunicação e dispositivos de mobilidade são apenas algumas das opções que possibilitam a participação plena desses alunos nas atividades escolares. O uso dessas tecnologias permite que o estudante com AME se comunique, escreva, leia e participe das tarefas do dia a dia escolar de maneira mais eficiente.
A inclusão escolar de alunos com deficiência é assegurada pela Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13.146/2015 – LBI), que estabelece que crianças e adolescentes com deficiência devem ter acesso à educação sem discriminação. De acordo com a legislação, a escola deve oferecer adaptações físicas e pedagógicas para que todos os alunos, independentemente de suas limitações, possam aprender de forma equitativa. Esse direito é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.
Uma das ferramentas mais importantes nesse processo é o Plano Educacional Individualizado (PEI). O PEI é um documento elaborado pela equipe pedagógica, que descreve as estratégias de ensino personalizadas para o aluno com deficiência, com base em suas habilidades e desafios individuais. Esse plano visa garantir que a criança tenha as condições adequadas para aprender de acordo com seu ritmo e suas capacidades.
Para que o aluno com AME tenha uma experiência educacional completa, é imprescindível o apoio de uma equipe multidisciplinar. Essa equipe deve incluir educadores, profissionais da saúde, como fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, além de familiares. Juntos, esses profissionais são responsáveis por adaptar o ambiente escolar às necessidades do estudante, oferecendo o suporte físico, emocional e pedagógico necessário para seu desenvolvimento.
Com as adaptações corretas e o apoio necessário, alunos com AME podem se beneficiar de uma educação inclusiva e plena. A inclusão escolar vai além da simples presença do aluno na sala de aula; trata-se de proporcionar uma experiência educacional que permita ao estudante desenvolver todo o seu potencial, tanto acadêmico quanto social.
A escola, como espaço de aprendizado e crescimento, deve ser um ambiente acolhedor para todos os alunos, independentemente de suas limitações físicas. Com o compromisso de profissionais, famílias e da sociedade como um todo, é possível garantir que alunos com AME tenham uma educação de qualidade, promovendo a igualdade de oportunidades e o respeito à diversidade.
A Mariana tem AME Tipo 1, e seus pais Luciana e Renato compartilharam com a gente como tem sido o seu processo de inclusão escolar. A Mari nos contou que ela ama o abraço da escola, matemática e as amigas que fez lá, só não gosta muito de fazer lição de casa 😁
Seu pai, Renato, comentou sobre algumas barreiras que podem surgir no processo de inclusão escolar em nosso perfil do Instagram e a Luciana nos contou como tem sido a experiência deles. “Tem sido uma experiência reveladora. Ainda assim, não é apenas uma ação isolada, mas sim um conjunto de providências que, juntas, promovem o sucesso alcançado. É por isso que a gente pensa todos os dias que a gente conversa no comprometimento real de todos os envolvidos no processo: a família evidentemente, as escolas – professores e coordenadores, o home care e plano de saúde que também acompanham a criança para garantir a segurança da permanência delas na escola”.
E complementou: “a educação é direito e dever, mas para sair do papel, é preciso que cada envolvido faça a sua parte. É tão lindo de ver a educação abrindo portas, sonhos e caminhos, garantindo a dignidade, temperando a autoestima, e ela é realmente importante para toda as crianças. Já passou da hora de dar um sim verdadeiro para a inclusão escolar das pessoas com deficiência.